O bacharel em Ciência e Tecnologia é um profissional generalista. Com sólida formação em ciências exatas e nos princípios básicos das engenharias, ele está habilitado para atuar em setores como mercado financeiro, indústria ou empresas de tecnologia. Pode trabalhar também em organizações públicas e no terceiro setor. Outra opção é partir para o ensino, como professor de matemática ou física. Neste caso, é preciso fazer a complementação de estudos em uma licenciatura.
Ciência e Tecnologia no Brasil
A Ciência e Tecnologia
Ciência e Tecnologia é um termo criado para designar um conjunto de instituições, governamentais ou não, pessoas, mecanismos e atividades que interagem entre si, de forma harmônica, em prol da utilização de conhecimentos nos vários segmentos das sociedades e da natureza, através de pesquisas, desenvolvimentos e inovações.
Para um país desenvolvido, a área de Ciência e Tecnologia é uma peça fundamental na engrenagem da economia e do bem-estar da população. É através de grandes investimentos, a curto, médio e longo prazos, nas áreas de educação, legislação, finanças, administração e planejamento que conseguimos criar uma real política de Ciência e Tecnologia (C & T) governamental e institucional. Logicamente que o Brasil tem um longo caminho a percorrer, diante do seu atual estágio de C&T e do estágio de países com tradição nos investimentos nessa área. Deve-se, no entanto, tomar tal informação como estímulo imediato à nossa organização de C&T para alcançar tais patamares de desenvolvimento econômico e social, lembrando, naturalmente, que tal área é de extrema importância, mas que não podemos esquecer outras, naturalmente importantes para uma administração quase continental, que são a Saúde, a Previdência Social, o Trabalho, entre outras pastas não menos importantes.
É importante saber que, ao contrário do que pensam muitos brasileiros, a produção científica brasileira não é tão pequena. Para discutir tal assunto, torna-se necessário, nesse momento, separar a nossa produção de conhecimentos. Como fazem vários autores, dividiremos o saber em dois: o saber científico e o saber tecnológico. O saber científico é aquele produzido, reconhecido e disseminado para toda academia através de simpósios, congressos, revistas especializadas e livros, mas que não é aplicável diretamente à produção de bens ou serviços para a população. O saber tecnológico é aquele baseado em necessidades de produção, qualquer que seja ela, como os estudos para aumentar a produtividade e a resistência da agricultura de determinado grão ou a busca de conhecimentos para a criação de aparelhos de monitoramento de uma parte do corpo humano ou mesmo de um satélite que consegue retratar os níveis de desmatamentos em áreas de difícil acesso. Sem medo de banalizar os conceitos e conhecimentos, podemos dizer que o saber científico é aquele produzido para os grandes estudos, geralmente de universidades e centros de pesquisa sem fins lucrativos, e o saber tecnológico é aquele conhecimento aplicável rapidamente (às vezes não tão rápido assim, dada a complexidade de alguns assuntos), que melhorará ou desenvolverá alguma necessidade humana, que não a academicista unicamente. Na verdade, esses dois saberes devem se relacionar pois nada impede (ao contrário!) que, através da academia, consigamos bons resultados na produtividade de alguma área e que, através de uma pesquisa para a área aplicada à produção, a mesma renda bons trabalhos acadêmicos.
Arnaldo Lyrio Barreto / Técnico do IBGE e Professor Universitário no RJ